Vitor Hugo Xavier criou uma máquina capaz de detectar câncer cerebral utilizando ondas eletromagnéticas e ganhou reconhecimento internacional.
Vitor criou novo método de detectar câncer cerebral em Cubatão, SP — Foto: Reprodução/Cubatão Mil Grau
Um jovem da periferia de Cubatão (SP) criou um método inovador capaz de detectar tumores cerebrais em menos de um minuto. Estudante de escolas públicas durante toda a vida, Vitor Hugo Xavier, de 18 anos, utilizou ondas eletromagnéticas para fazer o aparelho capaz de salvar milhares de vidas e que, nos últimos meses, rendeu vários prêmios internacionais.
Foi na atual instituição em que estuda, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Campus Cubatão, durante o Ensino Médio, que o jovem conheceu o professor Alexandre Maniçoba de Oliveira, que o incentivou no projeto.
“O professor já tinha muitos estudos sobre câncer cerebral e me ajudou a pensar o quão grandioso seria para a sociedade esse projeto. Ele me incentivou muito porque eu vi que isso poderia salvar milhares de pessoas. E se eu conseguir salvar uma vida, já estou satisfeito”, diz Vitor.
Com a orientação e apoio do profissional, o estudante estudou e criou um equipamento que lança ondas eletromagnéticas para a detecção de diferentes densidades de massa no cérebro. De acordo com ele, o ‘capacete’ seria uma espécie de pré-exame, com o resultado em cerca de um minuto e, caso sejam detectados indícios de câncer, o paciente seguiria para exames complementares.
Jovem relata que foi incentivado a criar equipamento pelo professor em Cubatão, SP — Foto: Reprodução/Cubatão Mil Grau
“O mais importante nessa invenção é o diagnóstico precoce, porque o câncer cerebral demora anos para ser diagnosticado e, normalmente, já é descoberto em estado avançado. E a taxa de sobrevida é de 90% se for detectado no início, então o equipamento pode salvar centenas de pessoas”, explica o estudante.
O invento, que já tem registro de propriedade intelectual, é um aparelho de ressonância magnética que normalmente exige o investimento de R$ 720 mil a R$ 1,2 milhão. Mas, que a partir do projeto de Vitor, pode ser produzido por R$ 6 mil.
“Acho que venho para mostrar que na Universidade Federal nós estudamos sim, pesquisamos e vamos atrás, que alunos de escolas públicas são capazes de conquistarem o que quiserem. E que as pessoas não devem, jamais, desistir dos seus sonhos”, relata.
Jovem de Cubatão, SP, criou projeto que detecta câncer cerebral e ganhou reconhecimento internacional — Foto: Laboratório Maxwell
Reconhecimento
Com a invenção, o jovem foi escolhido entre cerca de 30 mil inscritos para apresentar seu projeto em Nova York, nos Estados Unidos, em uma competição de empreendedorismo. O estudante recebeu bolsa que cobriu 60% dos custos da viagem de quatro semanas e conquistou quatro prêmios: Jovem Inovador, Melhor Participante, Melhor Projeto e Melhor Equipe.
“Esse reconhecimento está sendo muito bom. Toda a criação está tendo muito visibilidade e o meu maior desejo é que isso vá para frente e possa mudar a história de milhares de pessoas e famílias que sofrem com o câncer”, relata.
O estudante cubatense ainda recebeu convite para estudar na Organização Educacional Farias Brito, em Fortaleza, no curso preparatório para os principais vestibulares do País. Agora, sua meta é ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita), no Vale do Paraíba.
“Estou muito satisfeito. O que estou vivendo é uma dádiva. É bom ser reconhecido, mas é ainda melhor saber que posso fazer a diferença na vida da sociedade. Agora procuro patrocínio para levar o projeto para frente e sair da parte conceitual”, finaliza.
Vitor ganhou uma viagem para os Estados Unidos para apresentar o projeto que criou com a ajuda do professor — Foto: Reprodução