Finlandesa Nokia, que começou como um moinho de milho, é atualmente mais do que uma empresa de celulares
15/06/2020 às 9:00
Qual é a mais tradicional e clássica produtora de celulares? Se você pensou em Apple ou Samsung, se enganou. De fato, o título pertence, inegavelmente, à Nokia, empresa finlandesa que, no primeiro semestre de 2020, completa nada menos que 155 anos de existência.
É, portanto, uma história longa e significativa, que começou em 1865, quando dois amigos construíram um moinho de milho. Logo após, Fredrik Idestam e Leo Mechelin ergueram um segundo moinho e resolveram chamar a companhia de Nokia, local da nova instalação.
Idestam se aposentou em 1902 e, assim, Michelin resolveu entrar no negócio de geração de eletricidade. Depois, uma fábrica de produtos de borracha foi erguida perto e também se chamou Nokia.
As duas empresas conviveram por mais de meio século com o mesmo nome, produzindo ainda cabos elétricos e até mesmo respiradores.
Espionagem para os EUA
Em 1967 as duas empresas se fundiram, agregando uma terceira fabricante de cabos. Estava criada, assim, a Nokia Corporation. A companhia dessa forma se reinventava, entrando também no negócio de reflorestamento e de produtos eletrônicos.
Além disso, passou a produzir equipamentos militares e a exportá-los para a então União Soviética. Aliás, muitos anos depois, a empresa admitiu que, ao negociar com os soviéticos, fazia espionagem sobre o desenvolvimento militar da URSS para os Estados Unidos.
Entrada na era do celular
Por outro lado, na década de 1980, a Nokia resolveu adquirir várias fábricas de televisores, e então se tornou a terceira maior produtora de aparelhos desse tipo em toda a Europa.
Entretanto, o negócio que tornaria a empresa mundialmente famosa ocorreu em 1981. Ela comprou uma operadora finlandesa chamada Mobira, constituindo a primeira rede de telefonia celular internacional e a primeira a permitir roaming internacional. Logo após, em 1982, lançou o seu primeiro celular, que teve o nome de Senator.
Modelo 3310 foi grande sucesso
Em outras palavras, a empresa a partir de então rapidamente se transformaria na marca de celulares mais desejada do mundo.
Aliás, quem não lembra do 3310, um modelo lançado em 2000 e que marcou época? Ele foi relançado em 2017 com cara e tecnologia mais modernas, e eventualmente ainda pode ser encontrado à venda.
O toque sonoro mais famoso
Outra lembrança marcante da marca é o Nokia Tune, o toque personalizado dos aparelhos, lançado em 2010. Ele era ouvido em todos os cantos do planeta. Houve época em que era tocado 1,8 bilhão de vezes por dia, nada menos que 22 mil vezes por segundo.
Aliás, quer lembrar como era? Confira nesse vídeo:
N95, celular revolucionário
Da mesma forma, é impossível esquecer do Nokia N95, lançado em 2006. Ele era muito à frente de tudo que existia, e foi certamente o celular mais poderoso antes do surgimento dos smartphones. O N95 foi produzido até 2010 e ainda hoje reúne uma legião de fãs.
Tinha GPS, uma tela grande que deslizava e revelava um teclado físico por baixo, câmera de 5 MP com flash, rádio FM, saída de vídeo e até navegador para acesso à internet. Foi, dessa maneira, uma revolução e um grande sucesso.
Um “não” equivocado para o Google
Entretanto, alguns anos depois, a companhia perdeu o rumo, ao rejeitar a proposta do Google de utilizar o sistema operacional Android em seus aparelhos. Ela foi rapidamente superada por outros fabricantes. E parecia que a marca iria para o esquecimento em 2013, quando a empresa vendeu sua divisão de celulares para a Microsoft.
Então, os famosos Windows Phones eram produzidos sobre uma base da Nokia e acabaram fracassando. Isso porque usavam o sistema operacional do Windows, que não conseguia competir contra o iOS da Apple e o Android das demais fabricantes.
A volta ao mercado
Contudo, esse não foi o fim da empresa. Em 2016, a Nokia voltou ao mercado pela startup baseada na Finlândia HMD Global, que tem o licenciamento exclusivo para usar a marca Nokia em seus smartphones. A marca está presente com esses celulares no Brasil.
O último lançamento é o modelo 2.3, com desbloqueio por identificação facial, tela de 6,2 polegadas na proporção 19:9, bateria para dois dias e Android puro, o que garante atualizações mais rápidas. O preço é bem convidativo em várias lojas do comércio virtual.
Modelos sofisticados
A Nokia produz também smartphones mais sofisticados, mas esses não estão – pelo menos ainda – à venda oficialmente no Brasil. O mais completo deles é o Nokia 9, chamado de PureView.
Aliás, uma característica desse modelo é que ele tem nada menos que 6 câmeras traseiras. Trata-se de um aparelho de ponta, com tela de altíssima resolução e processadores velozes e poderosos.
Antigos, mas modernizados
Por outro lado, a empresa fez relançamentos de modelos antigos, modernizando-os. Um exemplo é o Nokia 208, que não é um smartphone, mas tem vários recursos.
Igualmente foi relançado o 8110, agora apelidado de Banana Phone, por sua cor amarela. Bonito e chamativo, tem tudo que um aparelho sem pretensões de ser smart pode oferecer.
Negócios em outras áreas
No entanto, a empresa assegura que seu futuro realmente não está atrelado ao celular. Afinal, seu principal negócio atualmente é a gestão de marcas e patentes. Aliás, a Nokia é detentora de muitas patentes. Por outro lado, a companhia continua trabalhando com tecnologia, especialmente no desenvolvimento de redes de comunicação como as 5G.
Fonte: https://www.vivotech.com.br/historia-nokia/